Bem, não é como se eu quisesse dar desculpas agora, mas as circunstâncias não me deixaram considerar tudo.

Basicamente foi um momento turbulento.

Claudia: “Waa, veja aquilo! São tanques! Tanques! Tem um monte de tanques em fila!”

Beatrice: “Realmente. É mesmo uma visão magnífica. Embora guerras sejam algo abominável e estaríamos melhor sem elas, é errado rejeitar tudo aquilo que dela faz parte.”

“Em especial os sentimentos da cada soldado. Sejam aliados ou sejam eles inimigos, cada um deles carrega consigo algo importante em seus corações.”

“O futuro da nação, amigos e amantes… e também um desejo de paz para suas famílias — de forma alguma isso deve ser menosprezado. É claro que eles não buscam deixar uma marca de insanidade na história, e serem vistos como vítimas coitadas.”

“Afinal, é o mesmo que dizer que todas as pessoas desta era são idiotas, incapazes de decidirem as coisas sozinhos, não concorda?”

A imbecil “agradecida” nos acariciou com sua opinião, enquanto Claudia concordava com tudo profundamente emocionada. Já eu estava para morrer de tédio.

Bey: “Ei, escuta aqui, sua baixinha de merda.”

“Por que você tá aqui?”

Dentro do trem em direção a Katyn, eu perguntei a mesma coisa que já havia perguntado diversas vezes. Eu já tinha ouvido a mesma reposta diversas vezes, e sabia que não mudaria nada a situação atual, mas não sou magnânimo o bastante para generosamente olhar para o lado e agir de acordo.

É inevitável que eu me irrite e fique puto com isso. Tudo que posso fazer é continuar reclamando.

Beatrice: “O que foi? Vai começar de novo? Você é mesmo um homem irritante, sempre reclamando.”

“Para começar, você não tem o direito de criticar minha conduta. A aia Riza disse que estava tudo bem, então está tudo bem. Hmpf!”

Bey: “A Babylon não está aqui agora. E a linhagem de comando é bem ambígua no momento. Ou melhor, é completamente sem sentido.”

“Seja como for, isso……”

Claudia: “Fuffuffu, no momento, eu estou no comando.”

Sério, ver a Claudia rindo dessa jeito e estufando o peito me dá uma vontade de matar ela.

“Por isso vocês dois devem se dar bem. É uma ordem!”

Bey: “Sem chance.”

A pessoa encarregada dessa missão — e também aquela com maior posto — a Babylon, não está aqui agora. Ela disse que iria na frente para coletar informações e preparar outras coisas, por isso partiu sozinha para Katyn primeiro.

Normalmente isso é trabalho para subordinados, mas não podíamos ir contra porque ela é quem tem a aparência mais normal e menos ameaçadora entre nós.

Falando honestamente, Riza Brenner é uma mulher que demonstra ter uma natureza humana e parece até mesmo ser até uma dama pura e virtuosa.

Por isso eu não vejo problema em ela ir primeiro. Katyn é um território soviético e também um local bem controverso, e sei que não seria a melhor ideia chegarmos lé de uniformes militares. A lógica diz que você deve sempre escolher a pessoa certa para o trabalho certo.

Mas por outro lado, o que eu deveria fazer nessa situação de merda que ela me deixou?

Beatrice: “Bey, é horrível ter que olhar para você agindo como criança. Sem mencionar que você é a razão disso estar acontecendo.”

“A aia Riza também pode ser bem mesquinha também. E eu estava relutante quanto a isso, mas percebi que a Claudia era muito melhor que eu para deixar você na linha.”

“Além disso, precisamos considerar que é totalmente sua culpa ter trazido ela junto. Você planta o que colhe.”

Bey: “Cala boca, você diz isso mas veio sem ser convidada e ainda fica me aí enchendo o saco.”

“E o que foi mesmo que tinha acabado de dizer? Insanidade na história? Os sentimentos e escolhas de cada um? Se acha isso tão importante, então pare de resmungar sobre a nossa relação aqui. Pratique o que prega também.”

Beatrice: “Isso e aquilo são coisas completamente diferentes. Eu simplesmente não consigo ignorar uma garota em perigo por causa de um homem terrível e irresponsável como você.”

“E ponto. Não vou permitir que me impeça. Sim, meu orgulho como cavaleiro me impede de permitir que isto aconteça.”

“Ei, Claudia, já que está no comando, não pode demitir essa puta imbecil? Diz logo pra ela se mandar daqui.”

“Você é idiota? Quem deveria desaparecer é você! E, Claudia, poderia abrir seus olhos logo? Você já deveria saber que esse cara não presta.”

Claudia: “Puxa, é mesmo um problema.”

Beatrice: “Essa fala é minha!”

Bey: “É minha fala, débil mental.”

Isso tudo porque a Beatrice descobriu que eu ia levar a Claudia para Katyn, e consequentemente se voluntariou vigorosa, e prontamente, para vir junto. Não tem como aguentar, puta merda.

E pra completar ainda passamos por alguns campos de batalha pelo caminho. Não seria estranho se acabássemos sendo bombardeados de repente.

É claro, isso não seria uma ameaça para mim ou para Beatrice, só que aquela que corre mais perigo aqui é a que menos se importa, e isso tá me deixando no limite.

Ou seja, não tem nenhum motivo para fingirmos que essa é uma viagem divertida.

Claudia: “Vamos, vamos, acalmem-se vocês dois. Podem acabar afetando negativamente nossos planos se só ficarem brigando.”

“Eu ouvi que logo mais o trem vai parar, e logo depois vamos para um automóvel. Isso significa que vamos ficar ainda mais próximos dos campos de batalha, certo?”

Beatrice: “……Sim. É realmente verdade. Parece que logo à frente a ferrovia está quebrada, e não seria sábio seguir direto por ele.”

“A aia Riza já preparou tudo, então temos que confiar na sua ajuda e habilidades.”

A Beatrice riu de forma amarga. Não pude evitar de rir por dentro diante do peso que ela deu em sua intonação.

A essa altura a tal Frente Oriental está em um ponto crítico para a Alemanha. Tanto que tentar reaver os laços é completamente impossível. Logo mais Berlim também vai acabar entrando em colapso e quero muito poder ver isso.

Esse país nunca fez nada por mim, por isso só quero ver eles se foderem. Por outro lado, a Beatrice parece bem abatida. Ela claramente não compartilha da minha opinião, e ver isso é cômico.

Para tentar melhorar o humor dela, a Claudia tentou começar uma conversa mais leve.

Claudia: “Sobre essa aia Riza… Ela é mesmo uma mulher muito capacitada, não é mesmo? Ela parece a Mata Hari, é incrível!”

Beatrice: “Mata Hari? Ah, aquela famosa espião da Primeira Guerra, né? Então você a conhece?”

Claudia: “Sim! Na verdade, eu sou uma grande admiradora de seus livros e filmes. Por ser algo inadequado para um servo de Deus, eu acabo sendo muito repreendida por causa disso.”

“Até aqui, nós já tivemos vários eventos ao estilo espião. Embora seja inapropriado, isso me deixa muito empolgada.”

“É completamente diferente do momento em que deixamos a Varsóvia.”

Bey: “É por causa disso que tu tava com esse sorriso no rosto o tempo todo? Que idiotice.”

A conversa era tão sem sentido que acabei comentando de forma involuntária. Durante uma guerra, é normal que as redes viárias dos países se tornem foco do exército. E trens iguais ao que estamos agora não são uma exceção.

Isso dificulta a viagem para qualquer civil, mas também se torna inconveniente para soldados. Afinal, não podemos circular livremente e irmos para outros lugares, exceto se estivermos em missão.

Por causa disso, viajar longas distâncias usando meios comuns é impossível para nós. Temos que evitar diversas vezes a verificação das nossas identidades durante o caminho. E o fato de que eu não fiz isso quando saímos de Varsóvia com a Claudia acabou causando vários problemas.

Mas dessa vez, a Babylon se adiantou e foi na frente, preparando uma viagem mais tranquila para nós. Nem sei bem o que é, mas parece que agora somos reconhecidos como um grupo indo para uma missão de grande importância.

O que não deixa de ser verdade… Só que estamos indo à mando do Lorde Heydrich, e não do Führer.

Bey: “Bem, tanto faz. Só trata de não entregar nada. Ainda estamos longe de Katyn.”

“Ir andando seria um porre.”

Claudia: “Sim, eu compreendo. Mas sobre Katyn…”

“O que exatamente está acontecendo lá?”

Bey: “Pois bem, não sei e também pouco me importo.”

“E por que quer saber? Vai fazer seu lance de freira e rezar por nós ou algo assim?”

“Acha que pode exorcizar o ódio da alma daqueles coitados que foram executados? Não me faça rir.”

Beatrice: “Bey, dá pra parar logo com isso? Foi você mesmo quem trouxe ela, pra que falar assim?”

Cansada de toda a discussão, a Beatrice exalou um suspiro. Mas eu só disse o que estava pensando, então não faço ideia de por que ela está me repreendendo.

Beatrice: “Me desculpa, Claudia. Está irritada?”

Claudia: “Não, já me acostumei. Eu eu também entendo o que ele quer dizer.”

“Para aqueles que já estiveram na posição de um soldado, aqueles que não fazem nada além de rezar quando estão diante da morte podem ser desagradáveis. Eu mesma acredito que isto pode ser um pouco insincero.”

“É claro que eu quero prestar minhas condolências por aqueles que faleceram em Katyn, mas no momento, o que mais quero é não atrapalhar você.”

“Por isso, há algumas coisas que eu gostaria de perguntar. Para começar, o que é essa “anomalia”?”

“Pelo que ouvi, não é a sua primeira vez diante disso, certo?”

Beatrice: “Ah, sim, isso……”

Não soube dizer se a Beatrice não queria contar, ou se não sabia como explicar, mas ficou claro que ela não conseguiu encontrar palavras, por isso eu respondi.

Bey: “Caça aos Magos.”

Claudia: “Magos?”

Bey: “Sim, ao menos foi isso nas outras vezes.”

Usamos a palavra “anomalia” para descrever eventos incomuns. Basicamente fenômenos sobrenaturais.

O fato de que algo assim está acontecendo só pode significar que algo anormal está envolvido.

Bey: “Apesar de que não estamos indo para matar magos de verdade. Pelo que ouvi eles já foram extintos no último século.”

“Até onde sei, os únicos que ainda estão vivos são a Malleus e o Mercurius……Não dá pra colocá-los no mesmo nível, mas é por aí.”

Beatrice: “Tem também o Crowley do Reino Unido. Só sei sobre esses três vivos atualmente.”

Apesar de ter ficado em silêncio até pouco tempo, a Beatrice se meteu de novo na conversa. Parece que ela não quer mesmo que eu continue falando aquilo que eu quero.

Beatrice: “Começou com a Revolução Industrial. Com o desenvolvimento das indústrias, os arcanos do passado foram desaparecendo gradualmente.”

Claudia: “Faz sentido. Acho que consegui entender. Com menos pessoas acreditando nos dias de hoje, há menos pessoas para se envolver com isso.”

Beatrice: “Bem, em um mundo onde aviões voam pelo céu, há menos espaço para sonhos. Ao meu ver, os magos estão indo na direção contrária dos novos tempos.”

Bey: “Você está falando de decrépitos que acham que o qualquer coisa velha é melhor.”

São o tipo de gente que rejeita telefones e telegramas para enviar mensagens por conta própria, e ficam se achando por causa disso. Eles também ficam usando os elementos da natureza ao invés de usar a porra de um fósforo.

Os magos e aqueles influenciados por eles são basicamente isso. A Malleus não chega a ser tão inflexível assim, mas também não é uma exceção.

Bey: “Não é como se fosse algo raro. Está cheio de pessoas que também não tem aptidão nenhuma para máquinas. Não é que não consigam aprender, só não querem mesmo. São do tipo que gostam mais de tudo que é do velho mundo.”

“No fim todo o problema é a falta de compreensão.”

Eu logo pensei na palavra “tradicionalismo”, mas não sei se deveria mencionar isso. Basicamente essa gente pensa que o passado é muito mais maravilhoso que o presente.

Em alguns casos isso até pode ser verdade, e não posso negar a noção de tecnologias perdidas, mas essa adoração por magos do passado é completamente idiota.

Bey: “Na cabeça deles, as pessoas do passado usavam poderes estranhos para guerrear que deixariam as pessoas do presente pálidas. Puta idiotice. Não eram nada mais do que um bando de iliterados jogando pedras uns nos outros.”

“Se esses poderes existiam mesmo, então por que as pirâmides não são fortes voadores?”

O fato deles não terem sobrevivido à era moderna mostra que mesmo que esses poderes existam, eles foram derrotados e desapareceram. É completamente imbecil acreditar na teoria que essas caras que perderam são superiores.

“É por isso que eu penso que—”

Beatrice: “Bey, você já está fugindo do foca da conversa. Não é isso que a Claudia queria ouvir.”

“De qualquer forma, a existência de magos modernos é mínima. Eu ouvi que os mais poderosos possuem meios para prolongar suas vidas, mas mesmo eles possuem limites.”

“Recentemente a Malleus me disse que são poucos aqueles que consegue viver por mais de cem anos.”

Claudia: “Cem anos? Então não é muito diferente de uma pessoa normal.”

Bey: “Eu ouvi que ela já está por aqui há uns duzentos anos.”

Claudia: “É mesmo?”

Beatrice: “Foi o que disseram, mas ele poderia estar só querendo aparecer, então não confie muito.”

“O que estou dizendo é que tantos as anomalias até hoje, e as anomalias de Katyn, não foram causadas por magos em si. Ou seja, são apenas remanescentes.”

“Assim como as pirâmides voadoras que o Bey mencionou.”

Claudia: “O quê?”

Claudia inclinou levemente seu pescoço em uma estado de dúvida, e ninguém poderia culpá-la por isso. A minha teoria e a Beatrice acabaram indo de encontro uma contra a outra.

Claudia: “O Wilhelm acabou de falar que pirâmides voadoras não existem.”

Bey: “Eu tentei explicar, mas ela já se meteu no meio. Uma verdadeira idiota que só serve pra atrapalhar.”

Beatrice: “Eu só queria impedir que sua visão parcial do assunto não fosse impressa na mente da Claudia.”

Bey: “Que disse?”

Beatrice: “O quê? Vai começar?”

Claudia: “Poxa, parem com isso, vocês dois. É claro que não vou conseguir entender nada se ficarem se alfinetando enquanto explicam.”

“Por isto, Wilhelm, diga o que gostaria de dizer. Se quer explicar algo, diga até o fim.”

Bey: “Isso virou um porre.”

Beatrice: “Bey………”

Claudia: “Po r fa vo r !”

E nisso as duas começaram a me pressionar. Não é que eu queria desistir, mas continuar resistindo só iria complicar mais as coisas.

Bey:  “Tá, tá. Vou explicar tudo de uma vez.”

“Magos são só um monte de velhos decrépitos que ficam romantizando o passado, mas o que faz deles um saco é que seus ideias conflitam com a realidade.”

Claudia: “Por exemplo?”

Bey:  “Estou dizendo que a preciosa magia deles está se “aprimorando” a cada dia. Os magos de agora são muito mais fortes que os magos de cem anos atrás.”

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Bey: “Na realidade, as pirâmides do Egito antigo não voam — isso é óbvio. Mas esses caras se recusam a acreditar nisso.”

“Eles acham que elas voam. Eles tem certeza que elas voam. Afinal, os aviões voam, e não tem como algo moderno ser melhor que algo do passado, certo?”

“Por causa disso eles pensam: então eu vou fazer voar.”

“Entendeu? Conforme a civilização evoluiu, o nível desses arcanos também mudam.”

Num passado distante, por exemplo, um simples mago capaz de acender uma fogueira era colocado acima dos demais. Saber a cura de uma doença provavelmente faria de você um deus para algum povoamento humano idiota.

Mas nos dias de hoje ninguém se importa com isso. Acima disso, os velhos crentes do passado estão constantemente tentando superar a realidade diante deles.

Bey: “O sublime e refinado passado, repleto do poder dos arcanos nunca perderiam para essa civilização mecanizada. Tenho muito orgulho de ser um herdeiro deles — um mago com o dever de mostrar a grandeza do velho mundo.”

“Qual é, são um bando de doentes.”

Claudia: “Por isso estão constantemente se aprimorando?”

Bey: “Isso aí.”

Tenho certeza que os magos foram extintos porque não foram capazes de competir com a evolução da civilização. No passado, provavelmente se tinha todo tipo de mago, dos mais incríveis aos mais fajutos, mas com o passar do tempo, apenas os melhores entre os melhores sobreviveram.

Bey: “É tão óbvio assim como a ciência — o mais novo é mais forte. A dificuldade que tinham que superar só aumentou.”

O Mercurius é um perfeito exemplo disso. Embora eu não saiba se todos os atos dele sejam “magia”, já que ele pode até mesmo envolver fusão com máquinas.

Estamos na era em que tanques fendem a terra, aviões de guerra voam pelos céus, as bombas podem reduzir centenas ao pó, e a manifestação da magia arcana dele é capaz de superar tudo isso.

Até parece que estou elogiando ele, mas também não sou estúpido a ponto de negar que aquele desgraçado é forte. Se não fosse, nós não seríamos assim agora.

Beatrice:“Bem, eu mais ou menos concordo, mas isto não é nada mais do que o nosso ponto de vista. No fim, isto está fora do nosso campo de especialidade, então não sabemos o quanto é verdade.”

“Porém, seguindo essa lógica, a anomalia em Katyn seria obra de um mago relativamente novo.”

Claudia: “Por que é algo misterioso ao ponto de não ser reconhecido até mesmo nos dias de hoje?”

Beatrice: “Exatamente. Eu disse como o último século foi um período turbulento para os magos, certo? Isto provavelmente deve ser algo que foi deixado por alguém daquele período.”

“Seu princípio ainda é desconhecido, porém acredito que é ativado por execuções em massa.”

“E eliminar isto é o nosso trabalho.”

Bey: “E é isso! Satisfeita agora?”

Claudia permaneceu em silêncio por um instante após assentir de leve.

Claudia: “Sim, eu compreendi a relevância histórica e compartilho de seus sentimentos.”

“Embora seja importante respeitar o passado, reverenciá-lo ao ponto de ignorar a história é contraditório. Não é certo desprezar tudo o que a humanidade construiu e assumir que nós já ultrapassamos o auge.”

Beatrice: “Sim, eu penso o mesmo. E pelo que ouvi, muitos magos tinham aprendizes, o que deixa tudo ainda mais absurdo.”

“Assim como você, eles também estavam preocupados com o futuro. Tudo o que fizeram foi claramente evoluir com foco no amanhã, mas sempre pensando no passado — em como os tempos antigos eram gloriosos.”

“Francamente, essa gente. Honestamente, sou obrigada a questionar a sanidade deles.”

Claudia: “Pft, ahaha.”

De repente, a Claudia começou a rir, surpreendente tanto a mim quanto a Beatrice. Eu olhei para seu rosto e a vi esfregando seus olhos.

Claudia: “Vocês dois odeiam mesmo magos, não é?”

“Apesar de estarem sempre brigando, vocês falam mal deles de forma bem parecida.”

Bey: “Ghh……”

Beatrice: “Nhh……”

Claudia: “No fundo vocês são ótimos amigos, não é?”

Bey e Beatrice: “――Até parece!”“――Claro que não!”

Mais do que Magos, nós odiamos o Mercurius. Tirando o Lorde Heydrich, todos os outros compartilham desse sentimento por ele.

Tá num nível completamente diferente de “me dar bem” com ela. Nós dissemos de tudo para corrigir essa avaliação decepcionante que a Claudia fez de nós, mas ela só ficou respondendo “Sim, sim” com um sorriso estampado no rosto.

E, nesse mesmo momento, o trem parou――

Claudia: “Ah, parece que chegamos! Certo, vamos partir para nossa próxima missão!”

Babylon, sua desgraça, vem logo.

Ficar tomando conta da “líder substituta” já tá me deixando no limite, mesmo sabendo que é minha culpa por ter trazido ela.